No programa de rádio “Café com a Presidenta” de hoje (1), apresentado por Luciano Seixas, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre os cinco pactos para melhorar os serviços públicos. Ao falar do pacto para a Saúde, Dilma reforçou a necessidade de acelerar o emprego dos investimentos repassados para construção e reforma de unidades de saúde, além da contratação de novos profissionais em regiões carentes.
- Ouça o trecho em que a presidenta fala sobre a saúde
- Ouça a íntegra do programa “Café com a Presidenta”
Apresentador: Presidenta, há uma grande expectativa da população em relação à saúde.
Presidenta: Olha, Luciano, é verdade. E eu estou trabalhando firme para garantir a todos os brasileiros e brasileiras um serviço de saúde de qualidade. Com o pacto da saúde, vamos acelerar os investimentos na construção e ampliação de hospitais, postos de saúde e de UPAs, que são as chamadas Unidades de Pronto Atendimento. Mas para que tudo isso funcione direito, Luciano, precisamos de mais médicos em todos os pontos de nosso imenso território, médicos que estejam ao lado do povo todos os dias e todas as horas, especialmente nas regiões mais pobres do país, nas periferias das grandes cidades e no Norte e no Nordeste do país, onde há mais carência de médicos. Não sei se você sabe, mas o Brasil tem menos médicos por habitante, por exemplo, que Argentina, Uruguai, Portugal e a Espanha. Por isso, temos de incentivar os médicos a irem onde o povo precisa e dar condições boas de trabalho a eles e a todos os profissionais de saúde.
Apresentador: Então, o aumento do número de médicos faz parte do pacto pela saúde que a senhora propôs, presidenta?
Presidenta: Olha, é um dos pontos importantíssimos do pacto. Para isso, estamos agilizando ações de curto, médio e longo prazo. Por exemplo, no meu governo já criamos mais 2.400 vagas nos cursos de medicina e estamos aumentando ainda mais as oportunidades para os jovens que querem estudar medicina ou fazer uma especialização. Para que você tenha uma ideia, Luciano, nós vamos criar, até 2017, mais 11.447 vagas de graduação e 12.376 vagas de residência médica para estudantes brasileiros. Como você sabe, não é, Luciano, são necessários seis anos para se formar um médico, temos hoje um grande déficit de médicos e precisaremos de milhares de médicos somente para as novas UBSs e as novas Unidades de Pronto Atendimento que estamos construindo. Sobretudo, Luciano, precisamos de medidas imediatas, porque ninguém que está doente tem tempo de esperar. Por isso estamos ampliando o esforço de convocação de novos médicos brasileiros formados aqui no Brasil e também, na ausência desses médicos brasileiros, estamos chamando médicos estrangeiros para, provisoriamente, ocuparem essas vagas.
Apresentador: A senhora disse no seu pronunciamento que os médicos brasileiros terão prioridade e que os estrangeiros só vão preencher as vagas que não forem ocupadas por brasileiros. É isso, não é?
Presidenta: Exatamente isso, Luciano. Vamos autorizar a vinda de médicos estrangeiros somente para aqueles lugares onde os médicos brasileiros não se candidatarem, e isso em caráter temporário. Recebemos o apoio unânime dos governadores e dos prefeitos. Quero ressaltar que somente serão aceitos médicos bem formados, que falem e entendam bem o nosso idioma, e eles serão acompanhados e fiscalizados pelo Ministério da Saúde, pelas faculdades de medicina das universidades federais e pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. O Brasil, Luciano, é hoje um dos países do mundo que menos emprega médico estrangeiro. Vou te dar um exemplo: 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%, e na Austrália, 22%. Enquanto aqui no Brasil temos apenas 1,79% de médicos que se graduaram fora do Brasil. A vinda de médicos do exterior para uma ação emergencial e temporária só trará benefícios para a população que usa o SUS.