Postada em 09 de outubro de 2014.
Chikungunya:
casos serão confirmados por critério clínico
Ministério passa a adotar critério epidemiológico para confirmar a febre
em locais onde há casos autóctones. Em localidades sem registro originários, a
confirmação será por laboratório
O Ministério da Saúde adota, a partir desta semana, o critério
clínico-epidemiológico para confirmação da febre Chikungunya nas localidades
que registram casos autóctones (originários no país). A partir da confirmação
dos primeiros casos notificados por laboratório, a recomendação da Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS) é que os casos sejam confirmados por critérios
epidemiológicos. Neste cenário, para a confirmação de um caso serão levados em
conta fatores como: sintomas apresentados e a proximidade dele com pessoas que
já contraíram a doença. Onde não há os primeiros casos originários de
Chikungunya, a comprovação continuará sendo por meio do exame de laboratório.
A confirmação de casos suspeitos por critério clínico-epidemiológico no
cenário de transmissão da Chikungunya tornar a confirmação mais rápida e
eficaz. “Além da rapidez da comprovação da febre, o critério
clínico-epidemiológico evita a superlotação de amostras nos laboratórios onde
há transmissão sustentada, na medida em que os exames de sangue só serão
realizados em casos atípicos ou óbitos”, esclarece o Secretário de Vigilância
em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltando que os óbitos são raros no caso desta doença.
O tratamento para a febre Chikungunya não depende de exame. Como não
existe uma terapia específica contra a doença, os sintomas são cuidados com
medicação para a febre (paracetamol) e dores articulares (antiinflamatórios),
além de repouso absoluto do paciente, que deve beber líquidos em abundância.
Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de
hemorragia.
LIRAa - Como parte das ações para o combate à
dengue e à febre Chikungunya, o Ministério da Saúde, em parceria com estados e
municípios, realiza até o final de outubro, o Levantamento Rápido do Índice de
Infestação de Aedes aegypti (LIRAa ). O objetivo é identificar as larvas do
mosquito Aedes Albopictus e Aedes Aegypti (transmissor da dengue) nos locais
onde estão os focos. “É um instrumento fundamental para orientar as ações de
controle do mosquito transmissor das duas doenças, o que possibilita aos
gestores locais de saúde anteciparem as ações de prevenção”, explica Jarbas
Barbosa. O LIRAa será divulgado na primeira quinzena de novembro.
Desde que foram confirmados os casos da febre Chikungunya no Caribe, no
final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência
da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância; a
preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a
divulgação de medidas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência
para diagnósticos da doença.
Também foram intensificadas as medidas de prevenção e identificação de
casos. Nas regiões com registro da febre foram constituídas equipes, com
técnicos das secretarias locais, para orientar a busca ativa de casos suspeitos
e emitir alerta às unidades de saúde e às comunidades. E, para controle dos
mosquitos transmissores da doença, são realizadas ações de bloqueio de casos
suspeitos e eliminação de criadouros.
BALANÇO – Até o dia 4 de outubro, o Ministério
da Saúde registrou 211 casos de Febre Chikungunya no Brasil, sendo 74
confirmados por critério laboratorial e 137 por critério
clínico-epidemiológico. Do total, são 38 casos importados de pessoas que
viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana,
Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Os outros 173 foram
diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde
ocorre a transmissão. Desses casos, chamados de autóctones, 17 foram
registrados no município de Oiapoque (AP) e 156 no município de Feira de
Santana (BA).
Desde 2010, quando o Brasil registrou três casos importados (contraídos
no exterior) da doença, o Ministério da Saúde passou a acompanhar e monitorar
continuamente a situação do vírus causador da Febre Chikungunya. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2004, o vírus havia sido
identificado em 19 países. Porém, a partir do final de 2013, foi registrada
transmissão autóctone (dentro do mesmo território) em vários países do Caribe
e, em março de 2014, na República Dominicana e Haiti – até então, só África e
Ásia tinham circulação do vírus.
PREVENÇÃO - A febre Chikungunya é uma doença
causada por vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero
Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os
principais vetores.
Para evitar a transmissão do vírus, é fundamental que as pessoas
reforcem as ações de eliminação dos criadouros dos mosquitos. As medidas são as
mesmas para o controle da dengue, ou seja, verificar se a caixa d ́água está
bem fechada; não acumular vasilhames no quintal; verificar se as calhas não
estão entupidas; e colocar areia nos pratos dos vasos de planta, entre outras
iniciativas deste tipo.
Os sintomas da doença são febre alta, dor muscular e nas articulações,
cefaleia e exantema e costumam durar de três a 10 dias. A letalidade da
Chikungunya, segundo a Opas, é rara, sendo menos frequente que nos casos de
dengue.
Por Carlos Américo
Atendimento à Imprensa/Ascom-MS
(61) 3315 3580 / 3315-2577
Atendimento à Imprensa/Ascom-MS
(61) 3315 3580 / 3315-2577