Com o tema “Viver com Saúde é uma Vitória”, o Dia Mundial da Saúde é comemorado neste domingo (7/4). O Ministério da Saúde, em parceria com as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, vai realizar eventos simultâneos para sensibilizar a população sobre a importância de hábitos saudáveis.
“Será um domingo festivo com atividades físicas, como grupos de dança, e ações de educação, como palestras sobre prevenção de obesidade. Este ano a nossa intenção é destacar a importância da prevenção da hipertensão arterial”, antecipa a coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, Deborah Malta.
A coordenadora destaca o papel do trabalhador da Saúde nesta data. “São eles que dialogam com a população e orientarão para a prática de promoção da Saúde. Da mesma forma, todas as práticas que repassam também devem ser incorporadas no cotidiano do profissional”, enfatiza.
Uma dessas recomendações é a escolha correta dos alimentos. Refeições balanceadas ajudam a diminuir o cansaço e aumentar a disposição no trabalho. De acordo com a nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) do Rio de Janeiro (RJ), Erica Rodrigues, os trabalhadores que se alimentam mal, ou de forma apressada, podem ter problemas como obesidade e hipertensão. Ela acredita que mesmo com o dia a dia cada vez mais corrido e estressante, o que leva alguns trabalhadores a optarem pelo fast food, é possível, com algum esforço, mudar esses hábitos.
Para aqueles que não almoçam em casa, a nutricionista recomenda levar a refeição. “A ideia de marmita é interessante porque a pessoa prepara porções ao invés de cair na tentação de escolher com fome e exagerar na quantidade. Além disso, preparar o alimento em casa garante higiene, tempero e forma de preparo saudáveis, pois não se sabe a quantidade e a qualidade da gordura utilizada para refogar o arroz ou temperar o feijão”, exemplifica.
Ela ressalta que uma atitude importante é evitar o uso de temperos industrializados e o acréscimo de sal na comida depois de pronta. “Os alimentos que consumimos possuem o sódio próprio, sem necessitar de uma nova adição de sal. O consumo excessivo de sal, a partir de 6g, é uma das maiores causas de hipertensão arterial e doenças cardiovasculares”, explica. A nutricionista recomenda utilizar ervas desidratadas, condimentos naturais ou sucos de frutas como temperos e ler a informação nutricional na embalagem dos produtos antes de comprá-los para saber a quantidade de sódio.
Para melhorar a dieta dos brasileiros e qualidade de vida, o Ministério da Saúde firmou um acordo com a indústria alimentícia que prevê a redução gradual do teor de sódio em 16 categorias de alimentos. A previsão é de que, até 2020, estejam fora das prateleiras mais de 20 mil toneladas de sódio.
Se o consumo for reduzido para a recomendação diária da Organização Mundial de Saúde (OMS), a ingestão deve ser reduzida para menos de 5g por pessoa diariamente. Estima-se que 1,5 milhão de brasileiros não precisariam de medicação para hipertensão e a expectativa de vida seria aumentada em até quatro anos.
Segundo o levantamento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2011, a hipertensão arterial atinge 22,7% da população adulta brasileira. O diagnóstico em mulheres (25,4%) é mais comum do que entre os homens (19,5%).