Manifestação reuniu cerca de 150 mil pessoas contra a mudança nas regras de redistribuição dos royalties O prefeito Eduardo Paes, acompanhado pelo governador Sérgio Cabral, participou nesta quinta-feira, dia 10, da caminhada "Contra a Injustiça, em Defesa do Rio", em protesto à redistribuição dos royalties de petróleo e gás. Segundo informações da Polícia Militar, a manifestação atraiu cerca de 150 mil pessoas. O prefeito percorreu o trajeto entre a Candelária e a Cinelândia ao lado de seus secretários municipais, de prefeitos de todas as cidades do estado do Rio, de presidentes de entidades da sociedade civil e de parlamentares. Na Cinelândia, artistas animaramm o público no palco montado em frente à Câmara Municipal.
A caminhada também reuniu os presidentes da Alerj, Paulo Melo, e da Câmara Municipal, Jorge Felippe. Entre os presentes, a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, afirmou que a perda dos royalties pode causar grande prejuízo a crianças e jovens do Rio de Janeiro:
- A perda dos royalties afeta em todos os sentidos a educação. Por esse motivo, pedi que os professores da rede municipal adiassem as provas para que seus alunos recebessem explicações sobre a importância do petróleo e dos royalties - disse Costin.
Ao chegar ao palco, o prefeito e o governador do Rio saudaram o público e seguiram para uma coletiva à imprensa, no auditório do parlamento carioca. Em nome das autoridades presentes, o governador do Rio agradeceu a grande adesão do público e parabenizou os prefeitos pela participação no evento:
- Esse dia entrará para a história. Na pessoa do prefeito Eduardo Paes, agradeço a todos os prefeitos do estado, que convocaram seus munícipes. Não há uma só cidade que não esteja aqui representada hoje. O Rio de Janeiro deu mais uma prova de sua maturidade e união em seu apelo pelo que é nosso de direito. O Rio de Janeiro é a síntese do Brasil, um país que não admite desrespeito às leis - disse o governador, certo de que a presidente Dilma Rousseff vetará o projeto.
- Ela é democrata e não vai aceitar isso - concluiu Cabral.
A manifestação recebeu 650 ônibus do interior do estado. Para isso, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) montou esquema especial de trânsito.
A aposentada Maria das Neves da Silva Pereira, 62 anos, veio de Macaé para o Centro do Rio protestar. Acompanhada da neta Suellen da Silva, 13 anos, a aposentada, que estava com blusa e bandeira em defesa dos royalties do petróleo no Rio, disse que é fundamental a participação da população contra a mudança nas regras da distribuição do petróleo:
- Não podemos deixar que nosso estado perca dinheiro e por isso esse movimento todo é muito importante. Os royalties são nossos por direito e isso não pode ser mudado. Trouxe a Suelen para mostrar a ela, que é o futuro do nosso país, a importância de defender o que é de nosso direito.
O Rio de Janeiro protesta contra a mudança nas regras de partilha do petróleo, que pode causar prejuízo de R$ 48,8 bilhões aos cofres fluminenses.
